Inspirada no famoso personagem Pinóquio, criado por Carlo Collodi no século XIX, uma nova fábula parece estar sendo escrita durante o processo eleitoral em Alagoinhas. Tal como o boneco de madeira que mentia sem remorso e sofria as consequências com seu nariz crescendo, um dos candidatos à prefeitura da cidade tem feito afirmações que, segundo críticos, são pura invenção. E o que é mais assustador: ele mente de forma tão natural que parece nem perceber.
O episódio mais recente dessa série de "peripécias eleitorais" foi uma declaração do candidato que responsabilizou o atual prefeito, Joaquim Neto (PSD), pelo fim da tradicional micareta de Alagoinhas, o Alafolia. No entanto, um vídeo que circula pelos grupos de WhatsApp desmente essa afirmação. Na gravação, fica claro que o cancelamento do Alafolia ocorreu durante a gestão do ex-prefeito Paulo Cezar Simões (União Brasil), e não de Joaquim Neto.
O Alafolia, que por anos movimentou a economia local e gerou empregos diretos e indiretos, foi suspenso sob a justificativa de falta de recursos. À época, Paulo Cezar Simões alegou que a prefeitura não tinha condições de arcar com os custos da festa e sugeriu que as cervejarias deveriam assumir essa responsabilidade. O argumento, no entanto, foi criticado por empresários e pela população. Muitos apontaram que o lucro das cervejarias não depende diretamente da micareta, e que sua realização era, sim, uma importante oportunidade para a geração de renda e promoção cultural na cidade.
“Todos sabem que o Alafolia era um evento que beneficiava principalmente os pequenos comerciantes e trabalhadores locais, não as grandes cervejarias”, comentou Ana Oliveira, comerciante que por anos participou da festa com sua barraca de alimentos. “Quando a festa foi cancelada, quem mais sofreu fomos nós.”
A disputa pela prefeitura de Alagoinhas tem sido marcada por acusações e desinformação. Esse episódio do Alafolia é apenas um dos exemplos de como as fake news e declarações distorcidas estão moldando o debate político na cidade. O candidato, que agora enfrenta duras críticas por tentar manipular os fatos, tem usado a narrativa para atacar o atual gestor, mas sem apresentar evidências concretas.
Eleitores mais atentos têm questionado até que ponto essas "fábulas eleitorais" podem influenciar nas urnas. Para muitos, as constantes mentiras e deturpações refletem um problema maior: a falta de compromisso com a verdade por parte de alguns candidatos.
Assim como Pinóquio, que sofria as consequências de suas mentiras com um nariz que crescia a cada fábula contada, o candidato falastrão pode enfrentar a reação do eleitorado, que está cada vez mais informado e atento às fake news. Em tempos de eleição, a verdade pode até demorar para aparecer, mas quando surge, ela tende a deixar marcas profundas. E em Alagoinhas, essa história pode estar apenas começando.
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